segunda-feira, 15 de fevereiro de 2010

GIRASSOL

SEJAMOS COMO OS GIRASSÓIS

Eles são submissos. Mas não há sofrimento nesta submissão. A sabedoria vegetal os conduz a uma forma de seguimento surpreendente. Fidelidade incondicional que os determina no mundo, mas sem escravizá-los.



A lógica é simples. Não há conflito naquele que está no lugar certo, fazendo o que deveria. É regra da vida que não passa pela força do argumento, nem tampouco no aprendizado dos livros. É força natural que conduz o caule, ordenando e determinando que a rosa realize o giro, toda vez em que mudar a direção do Regente.



Estão mergulhados numa forma de saber milenar, regra que a criação fez questão de deixar na memória da espécie. Eles não podem sobreviver sem a força que os ilumina. Por isso, estão entregues aos intermitentes e místicos movimentos de procura. Eles giram e querem o sol. Eles são girassóis.



Deles me aproximo. Penso no meu destino de ser humano. Penso no quanto eu também sou necessitado de me voltar para uma força regente, absoluta, determinante. Preciso de Deus. Se para Ele não me volto corro o risco de me desprender de minha possibilidade de ser feliz. É n’Ele que meu sentido está todo contido. Ele resguarda o infinito de tudo o que ainda posso ser. Descubro maravilhado. Mas no finito que me envolve posso descobrir o desafio de antecipar no tempo o que n’Ele já está realizado.



Então intuo. Deus me dá aos poucos, em partes, dia a dia, em fragmentos.



Eu d’Ele me recebo, assim como o girassol se recebe do sol, porque não pode sobreviver sem sua luz. A flor condensa, ainda que de forma limitada, porque é criatura, o todo de sua natureza que o sol potencializa.



O mesmo é comigo. O mesmo é com você. Deus é nosso sol e nós não poderíamos chegar a ser quem somos, em essência, se n’Ele não colocarmos a direção dos nossos olhos. Cada vez que o nosso olhar se desvia de Sua regência, incorremos no risco de fazer ser o nosso sol o que na verdade não passa de luz artificial.



Substituição desastrosa que chamamos de idolatria. Uma força humana colocada no lugar de Deus.



A vida é o lugar da Revelação Divina. É na força da história que descobrimos os rastros do Sagrado. Não há nenhum problema em descobrir, nas realidades humanas, algumas escadarias que possam nos ajudar a chegar ao céu. Mas não podemos pensar que a escadaria é o lugar definitivo de nossa busca. Parar os nossos olhos no humano que nos fala sobre Deus é o mesmo que distribuir fragmentos de pólvora pelos cômodos de nossa morada. Um risco que não podemos correr.



Tudo o que é humano é frágil, temporário, limitado. Não é ele que pode nos salvar. Ele é apenas um condutor. É depois dele que podemos encontrar o que verdadeiramente importa. Ele, o fundamento de tudo o que nos faz ser o que somos. Ele, o Criador de toda realidade. Deus trino, onipotente, fonte de toda luz.



Sejamos como os girassóis…



Uma coisa é certa. Nós estamos todos num mesmo campo. Há em cada um de nós uma essência que nos orienta para o verdadeiro lugar a que precisamos chegar, mas nem sempre realizamos o movimento da procura pela luz.



Sejamos afeitos a este movimento místico, natural. Não prenda os seus olhos no oposto de sua felicidade. Não queira o engano dos artifícios que insistem em distrair a nossa percepção. Não podemos substituir o essencial pelo acidental. É a nossa realização que está em jogo.



Girassol só pode ser feliz se para o sol estiver orientado. É por isso que eles não perdem tempo com as sombras.



Eles já sabem, mas nós precisamos aprender

SABEDORIA DIVINA

Sabedoria Divina diz do sobrenatural, daquilo que a sabedoria humana jamais será capaz de explicar sem a graça divina, diz do meu e do seu interior, diz das coisas do espírito, daquele que é Infinitamente Incompreensível, mas que é ao mesmo tempo quer se revelar a nós diariamente e o faz por amor e misericórdia. É esta Sabedoria, e só ela quem pode nos conduzir para os caminhos do bem e sem ela não podemos perseverar no caminho de Deus. E ela é inesgotável, insondável, infinita. Quanto mais a buscamos, mais queremos e precisamos buscá-la, e mais experimentamos a satisfação de sermos felizes, mesmo nas adversidades.
De que me adianta saber tudo, se não compreendo o que é a misericórdia, não vivo o temor de Deus, não compartilho as virtudes e não tenho compaixão, não reconheço a minha sede de Deus e busco saciá-la na Verdadeira Fonte, que é Cristo?

De que me adianta conhecer as ciências todas se não busco conhecer Aquele que é onisciente? De que me adianta saber o como e o porquê, se não conheço quem é o Autor de todas as coisas e não o reconheço como Senhor da minha vida?

Olhando para a Cruz de Cristo e nos unindo a ela em nossos sofrimentos, encontramos a verdadeira Sabedoria: é por ela que tomamos conhecimento das mais sublimes atitudes, dos mais nobres sentimentos e dos mais profundos desejos de Deus para nós. É a Sabedoria que é loucura para o mundo, e quem a experimenta sabe que custa e dói muito buscá-la e viver segundo seus preceitos, mas vive a grata certeza de uma alegria inexplicável, sem igual, que nenhuma descoberta deste mundo pode proporcionar.

Em meio às nossas dúvidas e questionamentos, aproximemo-nos da Sabedoria Divina e “ela nos cumulará de um tesouro de alegria e júbilo” (Eclo 15,6a).

sexta-feira, 12 de fevereiro de 2010

terça-feira, 9 de fevereiro de 2010

FILIAÇÃO DIVINA

O regresso do filho pródigo (Rembrandt, 1606-1669).Filhos de Deus. É isso que somos, e assim o proclama o Evangelho, embora infelizmente não poucas pessoas o ignorem. A filiação divina, a chamada de Deus a sermos seus filhos em Jesus Cristo é um tesouro que não tem comparação, pela sua riqueza, com o bem mais precioso da terra. Se os homens tivessem consciência desta realidade, o nosso mundo seria muito diferente: seria um mundo sem ódios nem discriminações; desapareceriam as murmurações e as calúnias, e dar-se-ia lugar à verdade simples e clara; não haveria lugar para abusos nem manipulações, e cresceria a solidariedade, porque saber-nos filhos de Deus Pai traz como consequência imediata a fraternidade (…).

Deus é Pai: comunica-nos a vida, ocupa-se com carinho infinito de tudo o que é nosso, cuida em todos os momentos de nós, segue-nos dia a dia com uma providência cujos caminhos às vezes permanecem ocultos, ou mesmo incompreensíveis para nós, mas na qual devemos apoiar-nos e confiar sempre. Sustentada por esta luz, a vida corrente, a nossa vida de homens e mulheres correntes, revela-se no seu profundo e autêntico sentido, transbordante de riqueza sobrenatural e humana.

Desaparecem a rivalidade, a monotonia, a consideração das actividades quotidianas como necessidades inevitáveis, mas rotineiras e sem valor. A vida de família, o ir e vir de cada dia, o trabalho e as diversas ocupações apresentam-se-nos, pelo contrário, como um dom divino que se assume gostosamente a título de serviço. Nessa altura já não há espaço para a atitude fria e encolhida, entre farisaica e puritana, que reduz a religiosidade a um mero tentar estar em regra com um Deus da severidade. Nem sequer para a superficialidade ou a rotina no convívio com Deus.


"Deus é Pai: comunica-nos a vida, ocupa-se com carinho infinito de tudo o que é nosso, cuida em todos os momentos de nós, segue-nos dia a dia com uma providência cujos caminhos às vezes permanecem ocultos".Para quem interiorizar com profundidade a realidade da filiação divina, para quem for consciente da proximidade constante e solícita de Deus, esse esquema da religião carece de sentido. A nossa biografia pessoal está harmonicamente entrelaçada com a providência amorosa do nosso Pai Deus. Na realidade nenhuma criatura humana ao longo da história transitou sozinha, porque Deus permaneceu sempre ao lado dos seus filhos.

Verificam-se sem dúvida situações difíceis, que não podemos entender com a nossa inteligência. Mas nem então podemos duvidar do amor de Deus; nessas circunstâncias, com a certeza que e fé nos dá, é preciso olhar para Jesus. Para isso Deus enviou o seu Filho ao mundo, para que também nós fôssemos seus filhos no Filho; e para que, contemplando-o, conhecêssemos a magnitude do seu amor.

O Pai manifesta a sua paternidade através das palavras e da vida do Filho eterno, que entrou na história humana ao assumir a nossa natureza. Cristo, com as suas obras e as suas palavras, revela-nos o Pai e dá-nos a conhecer o Seu amor infinito.

sexta-feira, 5 de fevereiro de 2010

O SILÊNCIO DA SABEDORIA

Nós vivemos em um universo que é, ao mesmo tempo, gigantesco o suficiente para nos envolver e pequeno o bastante para caber em nosso coração. Na alma do homem está a alma do mundo, o silêncio da sabedoria.

Tudo em nós funciona perfeitamente bem e em harmonia com a natureza. O que há de bonito no dia de hoje?

Procure reparar, porque esta é a melhor imagem de você mesmo. Deus está em nosso cotidiano, espera que notemos Sua presença. Toda manhã, Deus nos mostra o Seu sorriso.

As nuvens que estão ocupando, neste momento, o céu de sua alma vão passar. O sol, que às vezes se esconde por detrás das nuvens, não passa nunca.

Paulo Coelho

Muppet Show,Kermit and Piggy

The Muppets Bohemian Rhapsody